terça-feira, 24 de maio de 2011

CINZAS DE MNHA ALMA

CINZAS DE MINHA ALMA
Ontem passei por um homem,
Pelo menos se pareciam com um.
Olhos vidrados em sua tristeza,
Cabelos embaraçados e barba pra fazer.
Estava com uma roupa pesada,
Creio que era para enfraquecer o frio
Que entrava sem ser convidado.
Olhava as pessoas atentamente,
E por uma fração de segundos
Esboçou um meio sorriso,
Depois a tristeza tomou conta
De seu semblante.
Perguntei-me: o que o homem estava pensando?
Talvez a nostalgia de doces tempos.
Ou lembranças de um coração partido.
Mas por qual motivo o destino priva as
Pessoas da liberdade natural da felicidade
Enclausurando as mesmas em prisões sem muros?
O que eu via naquela calçada de olhos tristes e cansado
Não era um homem, era um espectro
 De alguma coisa que se assemelhava com um.
Pessoas transitavam lentamente como a fina chuva que caia.
O homem continuou ali parado com a cabeça encostada ao peito.
As gotas de chuva dançavam com as lagrimas.
Um velho negro chorando na calçada
Parece a personificação de musicas triste
Entoados por escravos em seus cárceres.
Mas ele continuava ali
Mumificado em sua própria plangência.
Talvez tentando uma purificação em meio a chuva que caia.
Um negro sem memória.
Uma historia de um alguém que nunca existiu,
E como um fantasma
Que estava presente
Sem saber de onde vem ou pra onde vai,
Com as mãos no bolso,
Fronte na chuva,
Olhos plangentes e
Face caída,
Partiu.
 Como se nunca tivesse existido.

30 de setembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário