quarta-feira, 1 de junho de 2011

PLANGENTE





...Se os ditosos vos lerem sem ternura,
ler-vos-ão com ternura os desgraçados...
BOCAGE











PLANGENTE
Nem mesmo o brilho intenso da lua cheia
Aquece o frio que corre em minhas veias,
Veias que modelam meu corpo quase morto,
Por não reconhecer meu rosto
Ao espelho.
E vermelho
São meus dias,
Que são seguidas por noites frias...
Nas quais te espero.
E pra deixar de ser sincero,
Finjo um sorriso,
Morbildo e indeciso,
Como o olhar que escondo.
E entre os escombros
Faço o meu leito.
E rasgo o meu peito
A espera de Deus.

Nagé Pereira Sanches.
Em uma triste noite de 1998.