domingo, 23 de janeiro de 2011

O XADREZ NA HISTÓRIA

Imaginem um vírus, que de tão poderoso que é infecta e contagia não o corpo mas a mente e a alma, um vírus que modifica comportamento social e cultural, um vírus que causa revolução, guerras e paz, um vírus que destrói e constrói nações, reinos e homens, modificando constantemente o ambiente em que vive. Um vírus, apenas um vírus, mas esse vírus existe? Sim, vulgarmente o chamamos de "Idéia". Eis a formula principal da ideologia, dos sonhos e esperança. Para o bem ou para o mal ela está presente. Dessa forma podemos colocar o xadrez e sua historia no campo da idéia, de como ao longo do tempo ele transforma e também é transformado.

 O xadrez tem uma história paralela ao desenvolvimento da cultura islãmica-judaica-cristã, não sabendo o exato local de seu nascimento seja China, Índia, Pérsia ou Península Arábica ou o ano, muito menos a mente ociosa que o elaborou. Esse, que seria o mestre dos jogos do raciocínio lógico, ganharia espaço nos diversos tipos de culturas e sociedades. Passando pela China e Índia no Século VI, pela Pérsia no século VII, fez parte do acúmulo e desenvolvimento da filosofia muçulmana no século VIII, seria a distração dos muçulmanos na Espanha dos séculos IX e X e se tornou o espelho da Europa Medieval entre os séculos XI e XIV, foi apreciado no Iluminismo, expressou também de forma grandiosa as revoluções dos séculos XIX e XX sem contar que durante a Belle Èpoque ganhou a forma da época e durante a Guerra Fria representou o próprio conflito entre enxadristas de países capitalistas e socialistas.

Mas qual o real motivo dessa imortalidade do xadrez? Um jogo que modificou seu nome e sua forma, mas não a sua essência, já se chamou chatranj, shaturanda e xadrez. Já tiveram em suas peças elementos indianos e muçulmanos como elefantes, carroças e conselheiros, também representaram a Europa cristã da Idade Média. Dentro de um tabuleiro de xadrez encontramos mais número de jogadas que elétrons no universo por isso não que seja infinito, mas dificilmente encontraremos algum elemento na natureza que supere em números a quantidade de jogadas em um tabuleiro de xadrez. Segundo estudiosos existem em números matemáticos aproximadamente 10¹²°, se fossemos escrever esse número seria 1 mais 120 zeros, ou ainda melhor, por extenso seria mil trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de jogadas, os números de elétrons existentes no universo é de 10 elevado a 79, bem menos que as jogadas do xadrez.Temos então dentro do tabuleiro de xadrez representações da Matemática, História, Lingüística e Psicologia. Nem sempre de forma objetiva, assim ao estudar não o jogo, mas a arte e a filosofia do xadrez não demoramos muito a notar causa de sua longevidade.

Agora o que de comum entre Saladino- Antigo sultão muçulmano-, Napoleão, Che-Guevara, Henrique VIII, Elizabeth- A rainha, George Washington, Bob Fisher e este que vos escreve nesse momento? Todos estes se encantaram pela arte desse jogo que tem mais de 1500 anos. Um dos casos mais interessante de notáveis jogadores de xadrez foi a do editor, cientista, empresário, chefe dos correios Benjamim Franklin que embora não tenha sido um grande mestre do xadrez foi um articulador magnífico em várias áreas da vida social e política dos Estados Unidos. Ótimo pensador sabia como ninguém utilizar as metáforas proporcionadas pelo xadrez. Em uma partida amistosa na frança contra um determinado adversário (lembrando que esse período era o apogeu da Revolução Americana, ou Guerra da Independência se preferes) Franklin durante o jogo entra em xeque, mas ao invés de sair do xeque ele simplesmente ignora a jogada e move outra peça, advertido pelo oponente ele argumenta: "Estou vendo, mas não vou defendê-lo. Se ele fosse um bom rei, como o seu, mereceria a proteção dos súditos. Mas é um tirano, e já custou a eles muito mais do que o seu valor. Pode levá-lo, se quiser posso me arranjar sem ele, e lutarei o resto da batalha "en republican".Dessa forma ele resumia o sentimento da Revolução Americana, morte ao rei que conquistaremos a liberdade sem ele.

O xadrez está em grande parte da história da humanidade, seja na Expansão Muçulmana do século VII, seja na Guerra Fria do século XX, o certo é que em cada época ele possui técnica de forma diferente mas sua essência de deixar todos os louros seja vitória ou derrota a cargo do jogador, não tem sorte no xadrez, seja no xadrez romântico, científico ou moderno. Seja da Índia a China, do Oriente Médio a Rússia, da Europa a América houve no xadrez inúmeras mudanças de nomes e regras mas sempre teve a elegância de dotar seus jogadores da dádiva de ser dono de seu próprio destino. Sem dados ou cartas marcadas, o xadrez representa a vida humana no sentido mais amplo da palavra pois uma jogada influencia  todo o resto das jogadas seja para a vitória quanto para a derrota. Nossas atitudes são nossas jogadas e somente a nós é dado o prazer de dar um Xeque-Mate por causa de nossas escolhas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

POR QUE A GUERRA FRIA EMERGIU? segundo Hobsbawm.



A competição pela liderança econômica do mundo foi muito serrada entre Estados Unidos um país capitalista e União Soviética um país socialista. Ambos queriam a manutenção e a expansão de áreas de influência de seus interesses.
Essa competição teve início na Segunda Guerra Mundial, em 1945, os Estados Unidos consolidaram sua oposição de superpotência capitalista, e a União Soviética, que tinha implantado o socialismo em 1917, surgia como nação forte e respeitada por todas as demais. No pós-guerra intensificaram-se as disputas entre Estados Unidos capitalista e Unido Soviética socialista pela liderança do mundo. Cada uma das superpotências procurou consolidar sua liderança sobre outros países e ampliar sua área de influência.
De um lado a potência socialista conseguem  influenciar muitos países do leste europeu que deixam de ser capitalistas e se tomaram socialistas como a  Iugoslávia  que tomou-se socialista em 1945; a Albânia e a Bulgária, em 1946;a Polônia e a Romênia, em 1947; a Checoslováquia, em 1948;a Hungria, em 1949;a República Democrática Alemã Oriental, em 1949. Também na Ásia, alguns países optaram pelo socialismo: o Vietnã do Norte, em 1945; a Coréia do Norte, em 1948; a China, em 1949; o Tibet, em 1950, como província da China e, depois, em 1953, independente.
Outros países optaram pelo socialismo nos anos 60, 70 e 80. Por outro lado os Estados Unidos com receio do avanço do socialismo sobre os países da Europa ocidental que estava destruída devido à guerra e temendo perdê-los de sua área de influência, elaboraram um plano de ajuda econômica para que esses países pudessem recuperar sua economia. Os países europeus que mais receberam ajudam dos Estados foram: Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
A partir de 1945 após o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos também prestou ajuda militar e economicamente ao Japão, Aplicando vultosas somas de dinheiro para recuperar a economia japonesa e, assim, assegurar seu apoio.
Essa disputa pela superioridade internacional entre os Estados Unidos e a União Soviética, logo após a Segunda Guerra Mundial, gerou a Guerra Fria.
A Guerra Fria foi uma disputa não declarada. Cada uma das nações procurava ampliar suas áreas de influência sobre o mundo, Foi também uma disputa ideológica, isto é, em que se defrontavam os dois tipos de organização econômica, política e social: o capitalismo e o socialismo.
Essa guerra fria gerou durante anos muitos acordos, tratados e apoio estabelecendo um clima de competição, entre as duas superpotências. Estas que se rivalizaram em poder militar e econômico, procurando ultrapassar um ao outro. Os Estados Unidos combatiam o avanço do socialismo. A União Soviética procurava dificultar a expansão americana na formação de áreas de influências, além de difundir o socialismo.
Posteriormente, as superpotências passaram a dispor da bomba de hidrogênio. Sabiam que numa guerra nuclear não haveria vencidos nem vencedores. Essa realidade criou um novo equilíbrio, o equilíbrio de terror.
Em 1956 os Estados Unidos reconheceram as áreas de influência da União Soviética, fato que marcou o declínio da Guerra Fria. Contudo, não terminaram as disputas entre as duas superpotências.
Tanto a OTAN tratado criado pelos capitalistas, quanto o Pacto de Varsóvia criado pelos socialistas constituíram, alianças militares que se opuseram. Esses tratados são resultados da disputa entre as duas superpotências e seus aliados pela preservação de seus interesses no mundo. O mundo pós-guerra formou um sistema de dependência nas quais as duas superpotências tornaram-se os países centrais.
E muitas disputas ocorrem entre essas duas potências ao longo dos anos. Porém a União Soviética começa a perder campo, primeiramente em 1991 e dissolvido o Pacto de Varsóvia e em 21 de dezembro de 1991, a URSS deixou formalmente de existir. Onze das doze repúblicas que permaneceram concordaram em criar a chamada Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Gorbatchov renunciou em 25 de dezembro e no dia seguinte o Parlamento soviético proclamou a dissolução da URSS. No momento os Estados Unidos lidera a economia Mundial predominando assim o sistema capitalista neoliberal, que por causa da grande crise no sistema capitalista de 2008 entrou em cheque tal sistema financeiro. Contudo, por causa da grande doutrinação do sistema de mercado a esperança em erguer tal doutrina é mais esperançoso do que uma proposta de mudança.
O constante confronto das duas superpotências que emergiram da segunda guerra na chamada Guerra Fria, formou o mais longo desentendimento político do século XX, foi uma guerra bem peculiar, onde o que contava era mais a vontade de lutar do que a luta propriamente dita. Contudo sempre existia o perigo da terceira guerra mundial, principalmente pela indecisão de paises que não queriam tomar partido. “Os dois lados viram-se assim comprometidos com uma insana corrida armamentista para a mútua destruição, e com o tipo de generais e intelectuais nucleares cuja profissão exigia que não percebessem essa insanidade.”
Concluindo, embora a União Soviética tenha saído fortalecida da segunda grande guerra os EUA articulou de forma violenta essa situação. Ambos os países transformaram essa rivalidade em um problema ideológico mundial. Porém a grande questão: porque a guerra fria emergiu? Não será fácil respondê-la de forma sucinta, pois as grandes vozes regentes desse embate levava em consideração mais o orgulho nacionalista do que o bem comum, ambos lutaram com afinco para estabelecer o seu sistema de governo, sendo assim, o grande problema da emersão da guerra fria foi o orgulho ferido, mesmo que tal acontecimento tenha se situado no apogeu da 'Era de Ouro'.

O QUE É APRENDER?

Sempre nos perguntamos sobre a importância do processo de aprendizagem. Como deve ser a relação entre professor e aluno e onde deve ser o melhor local para esse processo? Primordialmente devemos delimitar a definição de aprendizagem para compreender cabalmente as dúvidas do professor e também dos alunos acerca da produção do conhecimento.

Segundo Abbagnano em seu clássico Dicionário de Filosofia a aprendizagem pura e simples é a aquizição de conhecimento de uma tecnica qualquer, simbólica, emotiva ou de comportamento, ou seja, mudança nas respostas de um organismo ao ambiente. Poetizando um pouco mais, gosto dos argumentos de um filósofo norte americano que afirma que aprender não é responder as perguntas e sim questionar as respostas. Quando pensamos em processo de ensino e aprendizagem pensamos absolutamente em uma escola tradicional, com salas de aulas, quadro e giz, professor, tarefas, deveres, provas, aprovações, reprovaçoes, discursos e consciencia moral e social, mas esse é apenas um dos inúmeros ambientes em que a aprendizagem é desenvolvida.

Uma das maiores dificuldades que possuem os professores é tentar fazer com que os alunos aprendam pelo prazer de aprender, mas de onde vem essa resistência? Como conscientizar os alunos do benefício em que o novo pode trazer na vida de cada um? Aprendemos o tempo todo, mas não damos a esses conhecimentos as devidas valorizações. Vemos a escola como o templo do saber e ao professor como um sacerdote portador da verdade, contudo, essa forma limitada de informações transforma o aluno portador da realidade de seu próprio mundo em apenas um repetidor de ideias e mais um que aprendeu a resolver exercícios. O professor que deveria ser um provocador de ideias, torna-se apenas um transmissor de conteúdos.

Mas em uma coisa todos concordamos, nunca encontraremos a formula mágica desse processo- ensino aprendizage- pois, as coisas mudam com o tempo, inclusive nossa visão de mundo e de educação.