sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DEVANEIOS DE UMA MENTE VADIA- III


A GESTALT: A PSICOLOGIA DA FORMA
Segundo Nicola Abbagnano, em seu dicionário de filosofia, diz que a psicologia da forma ou o gestaltismo concentra seus ataques no terceiro princípio fundamental da psicofísica, o atomismo e o associacionismo. Consiste em assumir como ponto de partida o principio simetricamente oposto ao da psicologia associativa: o fato fundamental da consciência não é o elemento, mas a forma total, visto que esta nunca é redutível à soma ou a combinação de elementos. Seus fundadores foram Weltheimer, Köler e Koffka; mesmo mantendo inalterado o segundo princípio fundamental da psicofísica, deixou de falar em fatos e fenômenos de consciência para considerar formas, configurações ou campos, em sua estrutura total. O gestaltismo tratou principalmente da percepção, respeito da qual acumulou um número enorme de trabalhos experimentais.
Com teorias e metodologias consistentes, a Gestalt foi a corrente psicológica mais coesa da história da psicologia. Seus idealizadores iniciaram seus estudos pela percepção e sensações do movimento. Os gestaltistas preocupavam se em compreender os processos psicológicos da ilusão de ótica. O cinema é um bom exemplo.
A percepção é o ponto de partida para os gestaltistas, seus experimentos os levaram a questionar a teoria behaviorista de que a há relação de causa e efeito entre estímulo e resposta, porque para eles entre o estimulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção. O que o individuo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
Segundo os teóricos gestaltistas, podemos compreendes as partes de forma equivocada, podendo de essa forma corromper o todo. Por isso eles estabelecem uma relação da forma com a compreensão cabal da forma. Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca do fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõe uma figura. Para eles a tendência da nossa percepção em busca da boa forma permitirá a relação figura-fundo. Quando mais clara estiver à forma (boa forma), mais clara será a separação entre a figura e o fundo. Quando isso não ocorre, fica difícil compreender o real, como acontece na clássica figura da taça cujo fundo são dois perfiz, ou dois perfiz cujo fundo é uma taça.
O conjunto de estímulos determinantes do comportamento é denominado meio ou meio ambiental, sendo estes conhecidos em dois tipos distintos: o geográfico e o comportamental.
O meio geográfico é o meio físico em termos objetivos. O meio comportamental é o meio resultante da interação do individuo com o meio físico que interage com o sujeito. Ou seja, a percepção pode ser influenciada pelo ambiente e pela realidade subjetiva do eu. A força do campo psicológico que pode ser designado como a capacidade natural de associar similitudes pode influenciar nossa percepção. O campo psicológico pode ser definido como um tipo de campo de força que nos induz a procurar a boa forma.
Outro argumento da Gestalt é a dissociação da aprendizagem com o associacionismo, eles afirmam que na verdade há uma relação entre o todo e a parte. Como no caso de crianças mesmo antes de adquirir o conhecimento da leitura consegue distinguir a logomarca de alguma empresa, outro exemplo é que ao olhar para uma figura que não tenha sentido pra nós e, de repente, sem que tenhamos feito nenhum esforço especial pra isso, a relação figura-fundo elucida-se. A esse fenômeno a Gestalt da o nome de insight. O termo designa uma compreensão imediata, enquanto uma espécie de entendimento interno.
Kurt Lewin, foi um grande colaborador dos teóricos gestaltistas, trabalhou com eles durante dez anos e dessa colaboração com os pioneiros nasceu a sua teoria de campo, que embora tenha nascido em berço gestaltistas ele seguiu outro rumo, pois abandonou a idéia da psicofísica e buscou na física as bases metodológicas de sua pesquisa. Suas pesquisas enfatizavam o estudo do comportamento humano em seus contextos físicos e sociais total.
O principal conceito de Lewin é do espaço vital, que ele define como a totalidade dos fatos que determinam que o comportamento do individuo num certo momento. Alguns teóricos argumentam que o “campo psicológico não deve ser compreendido como uma realidade física, mas sim fenomênica. Não são apenas os fatos físicos que influenciam no comportamento. O campo deve ser representado tal como ele existe para o individuo em questão, num determinado momento, e não como ele em si. Para a constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais com qualquer ambiente físico”.
Embora as teorias de Lewin seja de padrão de comportamento Gestalt esses conceitos não se restringem apenas a percepção, mas também as características de personalidades do indivíduo. Logo depois, ele estabelece um contato entre o comportamento de grupo transportando a noção de campo psicológico para a psicologia de grupo criando o conceito de campo social. “outra característica do grupo é o clima social, onde uma liderança autocrática, democrática ou laissez-faire irá determinar o desenvolvimento do grupo.

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