sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DEVANEIOS DE UMA MENTE VADIA - I




A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA- UMA BREVE VISÃO DO DESCOBRIMENTO DO HOMEM

Podemos classificar nesse momento a historia da psicologia como: uma breve visão do homem, pois embora a religião como o budismo, judaísmo e cristianismo tenham se voltado para o interior do homem para explicar suas ações, a historia da psicologia está mais voltada para o conhecimento empírico da filosofia.
Mesmo que os autores tenham falado de forma bem resumida da historia da psicologia, eles abordaram os principais marcos da história. Esquecendo dos pré-socráticos vão direto a Sócrates e Platão, desenvolvendo o conceito de alma, embora não deixem bem clara a complexa visão de alma platônica. Para Platão, a cabeça era o lugar da alma e a medula ligava a alma ao restante do corpo. Seguindo os passos de Platão, surge Aristóteles que muito contribuiu para a psicologia, segundo ele a psyque seria a origem da vida e ele defendia a dissociação do corpo com a alma, e para ele tudo aquilo que cresce e reproduz possui alma. Ele chegou a estudar as diferenças entre a razão a percepção e as sensações (Da anima). Sendo este considerado o primeiro tratado de psicologia. Assim, os autores argumentam que as teorias platônicas e aristotélicas são as mais importantes, embora alguns pré-socráticos tenham formulado importantíssimas teorias no campo da psicologia como, por exemplo, Parmênides, Heráclito e Hipócrates, sendo este último criador da teoria dos temperamentos.
Após o esfriamento das idéias filosóficas da antiga Grécia, historicamente entra em sena o Império Romano que domina praticamente todo o mundo conhecido naquele contexto. Com o advento do cristianismo o Império Romano incorpora-se a religião não podendo identificar onde começa a religião e onde termina o “Estado”. Nesse momento importantíssimo para a história surgem dois grandes pensadores que apesar da grande distância temporal bebem nas fontes mágicas do pensamento grego. São dois filósofos religiosos ou dois religiosos filósofos, Santo Agostinho (354-430) que retira de Platão a essência de sua filosofia defendendo a separação entre o corpo e a alma e também pregava a imortalidade da alma, que segundo ele era um fragmento do próprio Deus. E São Tomás de Aquino que buscava em Aristóteles as explicações para a compreensão da essência e existência, buscando argumentos racionais para justificar os dogmas da igreja garantindo para ela o monopólio do estudo do psiquismo.
Passam-se alguns séculos e entre em sena o antropocentrismo em detrimento do teocentrismo, e o Renascimento toma conta do pensamento filosófico, acontece então as grandes transformações que marcaram a transição da idade média para a moderna como a Reforma protestante, as grandes navegações e o surgimento do homem do renascimento, que não era nem medieval nem moderno, muito menos um misto dos dois, era o real homem do renascimento.
Com as transformações no campo da economia, física, matemática, política, arquitetura e outros, surgem grandes pensadores como René Descartes (1596-1659), ele postula a separação entre mente (alma e espírito) e o corpo. Desenvolvendo mais profundamente suas teorias. Ele abre caminho para a anatomia e fisiologia, contribuindo para o progresso da psicologia.
Não podemos esquecer, sobretudo, da contribuição de Kant na teoria dos temperamentos, pois tendo retomado os escritos de Hipócrates, divulgou as suas antigas teses. Tendo provavelmente influenciado o próprio Dr. Wunot, pois ele também aceitava a teoria dos quatro temperamentos, o que provavelmente levou ao estabelecimento da psicologia biotipológica.
Novamente após inúmeras passagens temporais, entra em destaque a transição e mutação econômica do sistema feudal para o surgimento e crescimento do capitalismo, onde o século19 se mostra como um segundo renascimento em plena contemporaneidade e ressurge idéias originais para tentar explicar o nascimento de uma nova sociedade capitalista.
Com o capitalismo surge a industrialização e com ela as máquinas que transforma o tempo e o espaço em um ambiente mecanizado, o mundo se torna um relógio e uma máquina. Então o pensamento pragmático positivista atingiu também a ciência, onde a psicologia torna-se amante da fisiologia, neuroanatomia e neurofisiologia.
“Em 1846, a Neurologia descobre que a doença mental é fruto da ação direta ou indireta de diversos fatores sobre as células cerebrais”... “a neurologia descobre que nem sempre a atividade motora nem sempre está ligada a consciência, como por exemplo, o reflexo”... “física e psicologia se juntam para compreender a percepção de cores”.
Podemos então definir o berço da psicologia moderna como sendo a Alemanha do final do século 19, onde a melhor contribuição foi a de Wilhelm Wunat. Para a psicologia “seu status de ciência é obtida a partir que se libertava da filosofia, atraindo novos estudiosos e pesquisadores, que sobre novos padrões compreendem melhor a psicologia.” “Embora o berço da psicologia seja a Alemanha, é nos EUA que ele se desenvolve, onde surgem as primeiras escolas teóricas. Essas escolas são o funcionalismo de William James (1846-1910); o estruturalismo de Edward Titchner; e o associacionismo de Edward L. Thorndike (1874-1949).
De forma geral o Funcionalismo foi à primeira sistematização americana genuína em psicologia, surgindo uma preocupação com a consciência. O Estruturalismo preocupa-se também com a consciência, mas irá estudar os seus aspectos associados à estrutura do sistema nervoso central. O Associacionismo formulou a primeira teoria de aprendizagem. O termo deriva-se da concepção que a aprendizagem se dá por meio de associação das idéias mais simples para as mais complexas, foi criada também a lei de efeito.
No século 20 surgem as três mais importantes tendências teóricas psicológicas: Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise.

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